Mais um dia...
Há quem sonhe comigo. Há quem ache que sou eu que devo ser Mãe. Desde sempre. Um sonho que me transforma. E mesmo assim, é uma loucura ficar como fico. Porque fico assim, louca, e triste... e arrebatada de chuva. Dessa chuva que me deixa assim, com frio, e com sono, e com medo. Com essa tempestade, deixaste-me sozinha. No meio desta chuva, fiquei sozinha. Fiquei e ainda estou. Sozinha. Porque fiquei sozinha e porque precisei. E não estava cá ninguém. Já me habituei a ficar sozinha. Mais outra solidão. Mais outra tristeza. Mais outra infelicidade. Mas sozinha, custa menos? Não! Custa mais. Custa muito mais. E os meus amigos, aqueles que amo, eternamente estão cá, comigo. No meu inconsciente. Fico mesmo assim triste. Porque a tristeza eles não impedem. Mas curam. Como sempre curaram. Hão-de curar, para sempre. Sou eu, assim. Esta Xica que se mantém com neuras, mas eu. A Xica. Eu, sim. Sozinha, no inconsciente, não.