Madison County ou um sonho?

Ando há pelo menos dez anos, em busca de qualquer coisa. Encontrei parecenças, mas quero mais. Como eu ando há dez anos, há quem procure há vinte, ou trinta. E porque é que no fim de tudo, existe um fim? Passamos a vida inteira à procura do que queremos e, encontrado ou não, acabamos. Procuramos alguém que nos faz rir sem razão, um abraço quente no Inverno, uma companhia. Mas ou não encontramos nada ou temos fim. Porquê um fim? Não sei mas sinto que um dia vou perceber. Provavelmente porque quanto mais tempo, mais procura e consequentemente, menos respostas. Há pessoas que nunca saiem de casa, com medo. Há quem saia todos os dias. Porque é que no caso dos primeiros, lhes basta pôr o pé na rua? E porque é que os segundos nem o pé põem em casa e não vêem? é preciso saber o que é que se passa no mundo? Ou é apenas preciso ver o mundo através dos olhos de outra pessoa? Se há quem encontre, porque é que há quem não encontre?
Cartas rasgadas em cima da mesa,
vento que passa nem olha à tristeza.
Amigos num café,
sem fogo, nem quente
mas basta
porque são gente que entende,
que percebe o que dizes
que compreende porque o dizes.
Com amigos que conversam
na tal mesa desse café
recordam-se memórias da vida que passou
dos sonhos que se quer
da viagem que se fez
e da que se irá fazer:
"-Sabes que vou a Paris?

"-Oh X, será que fiz bem?

"-Tê não vou posso ficar aqui!

"-M, vou casar-me..."

Bébés, viagens, casamentos,
presentes.... E as saudades que tenho
do que ficou para trás, que não nos acompanhou?

Adoro-Te Terezinha.
Não sabes mas eu também não.
Para ti, que não soubeste, a mim que também não! Porque eu continuo a procurar à noite um sinal de Ti, de quem eu não esqueci.